sexta-feira, 24 de abril de 2009

Vila Sol Evora

Inserido na semana do Turismo, iniciativa de louvor do Núcleo de Estudantes de Turismo da Universidade de Évora (NETUDUE), assisti há dias, a uma apresentação do futuro empreendimento de 5 estrelas a nascer no Alentejo.
Trata-se do empreendimento Vila Sol Evora, que se situa na Herdade da Palheta, cerca de S.Miguel de Machede, concelho de Redondo.
Fazendo-se representar pelo Dr. Pedro Margarido, este empreendimento terá como expoente máximo o Golf. Um Hotel de 73 quartos mais umas dezenas de moradias inseridas numa area de 300 hectares, onde juntamos uma barragem e uma boa parte de vinhedos, farão as delicias dos seus visitantes.
Prevendo a criação de 90 postos de trabalho directos e cerca de 400?! indirectos, com certeza que muitos alentejanos verão neste empreendimento um escape ao subsidio de desemprego.
Confrontado com questão da mão-de-obra (in)qualificada desta região que um projecto desta envergadura obriga, e se algum estudo tinha sido feito sobre esta questão, a resposta espantou os presentes.
"... é uma questão que nesta altura não nos preocupa, uma vez que já recebemos cerca de 90 CV e com certeza encontraremos as pessoas certas para as funções, sejam elas da região ou de outras partes do país..."
Ora aqui está um Projecto de Interesse Nacional (PIN) que salvaguarda o emprego da região onde se instala...
Numa altura em que se fala de quotas para as mulheres na politica, quotas para as pescas, quotas para a agricultura, etc, não estaria na altura de obrigar estes Grupos económicos do sector Turístico/Hoteleiro que se instalam nas diferentes regiões do país, a terem quotas para empregabilidade dos autóctones??
A preocupação demonstrada foi tão pouca, que fez pensar os presentes que pouca importa se se dá emprego aos locais, conhecedores da região, ou a chefes de cozinha franceses, chefes de sala Italianos ou a uma brigada de Housekeeping com sotaque a samba.
Não interpretem das minhas palavras que sou contra estes funcionários, de modo algum, interpretem sim, é a necessidade de obrigar estes "mega projectos" a pensar nos que cá estão.