segunda-feira, 22 de junho de 2009

Turismo Religioso

Apropriação dos espaços religiosos

O turismo religioso, muito ligado ao turismo cultural, pretende fazer a ligação da fé e da crença – mundo espiritual – aos espaços físicos que justifiquem essa mesma fé. Esta forma de apropriação é justificada por aquilo que o local consegue transmitir a quem o visita. O espaço apropriado começa por ser apenas um local que atrai indivíduos com motivações religiosas, alargando-se depois a uma vertente menos espiritual. Desta forma o espaço pode ser visitado tanto por peregrinos como por turistas.
Como resultado do marketing e do aumento generalizado do Turismo Cultural, os locais religiosos estão a ser mais visitados por turistas curiosos do que por peregrinos espirituais (Olsen 2003).
Do ponto de vista da industria turística, peregrinos são turistas e peregrinação uma forma de fazer turismo. Ainda não existe uma máquina que nos permita detectar um turista e um peregrino porque ambos frequentam o mesmo espaço mas com motivações diferentes. Através do Turismo religioso, grande parte da população mundial acede ao conhecimento do seu património global. Em todo o mundo santuários e lugares de culto são grandes atracções turísticas, espaços que a religião coloca à disposição dos crentes e dos não crentes para que aí desenvolvam as motivações da sua “peregrinação”.
A popularidade das viagens religiosas podem ser vistas não só no aumento da motivação religiosa a locais sagrados, mas também na combinação de uma nova era de espiritualidade na peregrinação da viagem (Rountree 2002)
A utilização dos espaços religiosos para comercialização das viagens organizadas, é um grande trunfo por parte dos operadores turísticos. O Turismo Cultural e Religioso conhecem uma dinâmica e crescimento particulares merecedores de reflexão sobre as formas de desenvolvimento de novos produtos e adequação contínua dos mercados. As formas de desenvolvimento dos operadores turísticos, e o modo como procuram adaptar a sua oferta a segmentos específicos moldando os produtos às exigências dos consumidores/clientes mas apropriando-se dos espaços culturais e religiosos.
A tendência da necessidade de apropriação ou reapropriação do inventário cultural do seu meio, em cada comunidade, comportamento que se tornou bem evidente a parti dos anos 80, alargado ao desejo de visitar os lugares carregados de História e de imaginário, o desejo de surpreender a vida, a descoberta de um momento do quotidiano gerador de emoções, de revelações, de curiosidades (Jafari, 2002).
No caso de Portugal, é impensável conceber um itinerário cultural, que não inclua, a batalha, a Abadia de Alcobaça, o Convento de Cristo em Tomar, o Mosteiro dos Jerónimos, a Sé de Évora, todos edifícios de cariz religioso e reconhecidos, pela UNESCO como de grande importância Mundial.
Os monumentos religiosos são edifícios com alma, em que as pedras das suas construções estão impregnadas de história e de valor. Os objectos não têm valor intrínseco, tem valor porque alguém os valorizou.

Sem comentários: